quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Nem só de carnaval vive o brasileiro

Na última semana foi noticiado nos veículos de comunicação que o filme, "O ano em que meus pais saíram de férias", acabou sendo a produção escolhida para representar o Brasil na categoria filme estrangeiro do Oscar 2008. Confesso que fiquei surpresa e ao mesmo tempo feliz pela indicação. Surpresa porque o filme lançado no ano passado, não teve a tamanha repercussão que o fizesse popular no cenário nacional. Ao contrário de seus adversários na disputa, como Tropa de Elite e outros, o filme do diretor Cao Hamburger, não lotou as salas de cinema e nem teve a mídia ao seu favor. Por outro lado quem teve a oportunidade de assistir a trama pode se sensibilizar com a historia do menino que é deixado pelos seus pais na casa do avô, com o falso pretexto de seguirem em férias. Digo falso, porque os pais do menino, não saem de férias e sim fogem da ditadura militar, na qual eram considerados pelo regime como revolucionários, inimigos do sistema. O filme é um primor, além de um ótimo roteiro e bons interpretes, traz uma seqüência de belas imagens. O que me agradou na obra foi à sensibilidade proposta pelo diretor que apresenta a inocência de um menino de 10 anos que nada sabe sobre ditadura e repressão militar, mas que, no entanto vive o período mais contagiante da sua vida, a expectativa da conquista da copa de 70. É esse o pano de fundo que enaltece o filme e assim como em “A vida é bela”,(outra obra nesse gênero), traz a leveza particular de uma criança que não tendo a consciência do que realmente está acontecendo ao seu redor, corre, brinca e se alegra, vivendo cada instante da melhor maneira. O que me resta comentar...Sorte à “O ano em que meus pais saíram de férias” e que enfim o primeiro Oscar brasileiro venha em grande estilo, com um filme que não deixa desejar em nada.

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Cinco Blogs que você encontra no Google

Plagiando o título de um dos livros do escritor Mitch Albom, início o post dessa quarta-feira. Vamos aos endereços então, na categoria Pop e Arte seleciono o blog do tecladista da banda Los Hermanos, Bruno Medina. Intitulado como “Instante Posterior: Um olhar atento sobre as passagens de uma vida extra-ordinária”, Medina deixa de lado a timidez do palco e consegue pautar assuntos do cotidiano como comportamento, música, TV, cinema e literatura. O blog do hermano deixa a desejar se comparado com o do seu colega Zeca Camargo, que se destaca bem mais até falando de novelas, porém Medina evolui muito do seu caseiro blog instante anterior, no qual rascunhava tudo o que lhe vinha a cabeça. Salvo apenas para instantes de entretenimento.
Na categoria jornalismo a dica é a coluna do jornalista, Paulo Henrique Amorim. Conversa-afiada é uma mistura de site, coluna e blog que o jornalista mantém no portal do IG. Característico por seu humor, PHA, apresenta notícias do dia-a-dia, comentários e convida principais nomes do cenário brasileiro para comentar assuntos de relevância nacional. Outro blog que merece elogio por sua irreverência sem cair na mesmice é o Blog da Sabedoria. Com imagens e citações engraçadas, o blog traz um mix de tudo que se pode encontrar na Internet, mas não se tem tempo para vasculhar e selecionar. E por último, mas não menos importante, apresento o blog do jornalista Luis Nassif, considerado o introdutor do jornalismo eletrônico no Brasil, em seu blog ele escreve crônicas, fala de música, economia e assuntos diversos. Vale a pena conferir!

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Entrelaçando cliks e pensamentos

A hiperconectividade cantada por Gil na canção “Pela Internet” nos soa antiquada em dias atuais. Diante de tantas novidades criar um web site ou abrir uma home page deixou de ser uma tarefa quase impossível, restrita apenas as mentes brilhantes do campo da tecnologia digital. Na constante evolução de tudo, as ferramentas tecnológicas surgem como facetas criando novos sistemas. Cada vez mais claro e se adaptando aos nossos anseios, a era digital deixa de ser um bicho de sete cabeças e passa a ser realidade entre as pessoas. Dentro desse contexto surgem os novos paradigmas de interação. Um exemplo concreto disso são os hipertextos. O termo que foi empregado nos anos sessenta por Ted Nelson agrega várias definições, de diferentes autores. Segue aqui a definição que considerei mais ideal: “Hipertexto é um conjunto de nós por conexões. Os nós podem ser palavras, páginas, imagens, gráficos, ou seqüências sonoras. Navegar em um hipertexto significa, portanto, desenhar um percurso em uma rede que pode ser tão complicada quanto possível. Porque cada nó pode por sua vez, conter uma rede inteira”.(lévy, 1993 p.33).
Por apresentar uma flexibilidade desenvolvida na forma de ligações, o hipertexto torna-se um texto considerado não-linear. A não-linearidade neste caso pode ser pseudo-nomeada como um livre-arbítrio do indivíduo virtual, ou seja, a liberdade que facilita nossas percepções, o pensamento e que vai de encontro aos nossos objetivos. As conexões que criamos indo de assunto a assunto, nos permite interagir com apenas aquilo que consideramos relevante. E é nesse ponto que alguns autores torcem o nariz para esta nova ferramenta. Segundo eles, o hipertexto trás a desvantagem de se tornar volátil e efêmero na medida que escolhemos somente o que acreditamos ser importante, superficializando os demais elementos do texto. Entre vantagens e desvantagens o que se sabe é que todo texto independente do local onde está escrito, pode ser considerado um hipertexto. Já que ao fazermos uma leitura entramos em um processo permeado de ligações de pensamentos que estão na memória do leitor, nas referências do texto, nos índices e até mesmo em cada palavra que remeta o leitor para fora da linearidade do texto. Desta forma pode-se considerar então, que a história do hipertexto é a própria história do texto.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

A verdade sobre o tempo

Sexta-feira, 14 de setembro de 2007, mais um dia de trabalho, faculdade e blog. Custa-me a acreditar que agora terei mais alguma coisa para dividir meu já limitado tempo. Se eu fosse escolher uma palavra chave para esse texto seria sem sombra de dúvidas, essa: o tempo. O termo é meio abstrato e está aquém de qualquer definição. Quando pensamos nele, o que nos vem à mente são as contagens das horas, dos dias, dos meses, dos anos, enfim dos momentos. Mas afinal qual a influência do tempo na sociedade atual e mais especificamente no jornalismo? Com tudo se globalizando, o tempo não se deixa acanhar e segue no mesmo ritmo. Nunca em tanto tempo o bordão popular “corrida contra o tempo” esteve tão claro como hoje. Não querendo ficar de fora dessa, o jornalismo atual procura investir em novas características que o façam interagir com esse novo modelo de sociedade. O jornalismo digital é um exemplo disso, essa nova mídia, proveniente da ferramenta Internet, a chamada rede das redes, chega para tentar suprir a carência do público que vivendo na atmosfera do tempo, espera que a informação seja meramente uma habilidade descartável de se comunicar com o meio. É por essa tendência, que o jornalismo on-line enfrenta tantas divergências. O conceito e a estrutura dessa nova tecnologia vem na contramão dos antigos ideais jornalísticos. Preocupados em oferecer ao público o maior número de notícias no menor espaço de tempo, os profissionais dessa área estão se deixando influenciar pela velocidade do mercado atual. São enxurradas de notícias sendo disponibilizadas em um fluxo contínuo e ininterrupto. É a chamada lei da oferta, onde as informações acabam sendo “vendidas” a preço de banana. Como resultado temos a credibilidade posta de lado e a verdade vista quase como uma utopia. Os valores essenciais da noticias como as formas de apuração, a veracidade dos fatos, as diversas versões, a clareza e a precisão tudo isso deixa de ser relevante neste caso. A qualidade da informação pouco importa, a nova rotina do jornalista prevê a quantidade como regra. A velocidade como os sites são atualizados, são paradigmas de uma sociedade febril que vive a mercê dessa situação. É engraçado pensarmos nisso, mas somos vítimas da globalização, do tempo, da modernidade, do mercado e de tantos outros sistemas. Em uma engenhosa fábrica de apatias e comodidades acabamos sendo vítimas de nós mesmos. Diante disso penso na pergunta que expôs nas primeiras linhas deste texto...Se sofremos tão expressiva influência, como sobreviver a tudo isso? Ignorar ou Viver? Matar ou Morte?

"Vivemos num tempo maluco em que a informação é tão rápida que exige explicação instantânea e tão superficial que qualquer explicação serve".
(Luís Fernando Veríssimo)

terça-feira, 11 de setembro de 2007

A sensibilidade criativa de um poeta

Andei pensando no que iria escrever neste primeiro texto e parece besteira mais acabei escolhendo por não escrever sobre nada. Ao invés disso resolvi ocupar este espaço para homenagear alguém que fez de seus versos a expressão perfeita da sensibilidade humana. Angenor de Oliveira, mais conhecido como Cartola: o trovador do samba.
"Ainda é cedo amor...Mal começaste a conhecer a vida...Já anuncias a hora da partida...Sem saber mesmo o rumo que iras tomar...Preste atenção querida... Embora eu saiba que estás resolvida...Em cada esquina cai um pouco tua vida...e em pouco tempo não serás mais o que és...
Ouça-me bem amor...Preste atenção o mundo é um moinho...Vai triturar teus sonhos, tão mesquinhos.Vai reduzir as ilusões à pó...Preste atenção querida...De cada amor tu herdarás só o cinismo, quando notares estás à beira do abismo...Abismo que cavastes com teus pés."
"O mundo é um moinho", canção composta por Cartola e gravada no disco "Nova História da Mpb" de 1976.